O Caminho é Óbvio

Meu discurso na mainfestação de 16 de Agosto:

Tenho 53 anos. Nunca vivi em um Brasil onde houvesse prosperidade, segurança para andar na rua tranquilo, uma justiça imparcial e rápida, e liberdade para viver. Cresci sob o Governo militar, autoritário e centralizador. Hoje vivo sob um Governo civil autoritário e centralizador. Mudaram as estações, nada mudou.

O Estado brasileiro é grande, forte e interventor desde a época do Presidente Vargas. E permanecem a pobreza no Nordeste, a dominação do tráfico nas favelas, a compra de votos e os escândalos que enriquecem políticos.

O grupo que está no poder faz tudo para não sair. Estatais servem para dar empregos aos amigos e gerar prejuízo, que é sempre coberto com o dinheiro dos nossos impostos.

A vida dos brasileiros fica cada vez mais difícil. O crime nos espera em cada esquina. O Governo está sempre inventando leis, regras e regulamentos que complicam a vida de todos.

Vivemos atolados em burocracia e achacados por burocratas corruptos.

Vivemos inseguros e sobressaltados.

O caminho é óbvio: reduzir o tamanho do Estado, o desperdício de dinheiro público, o número de cargos comissionados, a carga tributária, o salário dos parlamentares, o número de leis. Diminuir a burocracia, abrir o mercado para a competição, reduzindo preços e aumentando a qualidade de produtos e serviços. Garantir a liberdade e a plena cidadania através da igualdade de todos perante a lei, com uma polícia que proteja o cidadão e uma justiça que sirva a todos, independente de riqueza ou classe social.

Mas não precisamos de um Estado forte para proteger os mais necessitados?

Não.

O Estado brasileiro não serve para proteger os mais necessitados. Ele serve apenas para proteger os poderosos e seus amigos.

Esperar que o Estado proteja os pobres é como molhar um jardim com uma mangueira furada - os furos são a incompetência e a corrupção. Não chega água nenhuma nas plantas.

Se você precisa de um exemplo, basta abrir o jornal e ver as novas moradias para os desabrigados do Morro do Bumba, em Niterói, que foram demolidas antes mesmo de serem habitadas, devido à péssima construção. Esse é o cuidado do Estado com os necessitados.

É preciso ajudar o cidadão a ser independente. Isso significa três coisas: dar uma educação básica de qualidade, que realmente prepare para a vida; dar a oportunidade de ter uma profissão ou de empreender, para que o cidadão não dependa de ninguém, e garantir segurança, justiça e saúde.

O cidadão humilde não pode viver com medo da polícia; ele não pode ser condenado por roubar galinhas enquanto corruptos e homicidas com bons advogados saem livres. O pobre não pode ficar dias na fila de um hospital enquanto seus representantes eleitos vivem vidas de luxo e ostentação. É óbvio.

É disso que o cidadão humilde precisa - e não de esmolas ou de assistencialismo eleitoreiro, que o transformam em massa de manobra dos políticos.

Como tem acontecido no Brasil desde sempre.

A Parábola do Leão e do Médico

Um leão foi morto na África e a internet foi inundada de comentários, todos condenando o caçador.

O Dr. Jaime Gold foi morto a facadas na Lagoa no dia 19 de maio. Boa parte dos comentários apresentou alguma simpatia pelo assassino (“ele também é vítima”) ou justificativas para o crime ("culpa da desigualdade").

Atenção, vou repetir: a morte de um animal na África gerou mais condenação do que o assassinato bárbaro de um ser humano honrado, aqui do lado.

Há algumas semanas Alexandre de Oliveira foi baleado dentro da estação do Metrô Uruguaiana e agonizou até morrer. Em poucos dias não se falava mais disso - nem do fato de que um dos assassinos era um criminoso condenado que cumpria prisão domicilar.

Imaginem o que aconteceria se alguém abatesse a tiros, dentro do metrô, um cachorro ou um gatinho.

Quantos meses - quantos anos - esse assunto ficaria ecoando nas mídias sociais ?

Dá pra perceber a encrenca em que estamos nos metendo ?