Por alguma razão esquisita, inexplicável, no Brasil temos dificuldade em aceitar a existência do mal.
Talvez seja resultado do tempo em que vivemos sob a ditadura militar, com seus poderes de condenar, sem possibilidade de recurso, quem a contrariasse. Talvez seja o mesmo princípio que leva nossa sociedade a considerar o criminoso como "coitadinho", como alguém que foi "levado ao crime". A culpa não é dele, é da sociedade, é de todos nós.
E no entanto, e apesar de fecharmos os olhos, o fato é que o mal existe. É a classificação absoluta, irrecorrível, do comportamento de seres humanos transformados por minutos, dias ou anos, em bestas-feras.
De nada adianta nosso arrazoado políticamente correto quando lidamos contra o mal. O mal absoluto exige uma resposta absoluta. O mal absoluto não tem recuperação: ele pode ser combatido, trancafiado, isolado, destruído. Mas não poderá, jamais, ser convertido em nada bom.
Essa é uma lição que a humanidade já deveria ter aprendido há muito tempo, depois de hitler e stalin, depois do massacre de 323 crianças na escola da cidade Russa de Beslan.
Essa é uma lição que os brasileiros já deveriam ter aprendido há muito tempo, convivendo, como nós convivemos, com o mal debaixo de nossas janelas, em cima dos nossos morros.
O combate ao mal exige coragem. Coragem física, envolvendo coisas desagradáveis aos homens de bem: armas, violência, prisões. E coragem moral, quando é necessário dar nome aos bois, acusar, e condenar com rigor.
No Brasil temos o primeiro, mas não o segundo tipo de coragem.
Não importa que tipo de crime violento e obsceno seja cometido, o criminoso sempre será considerado "recuperável". Ele nunca ficará mais que 30 anos preso, sendo libertado, frequentemente, após cumprir pouco mais de um quinto de sua pena.
E voltando ao meio da sociedade. Ao convívio da minha família. Podendo, com seu passado apagado, trabalhar como professor primário, como atendente de creche, como médico, como advogado.
Não importa o crime, obsceno e violento, que ele tenha cometido.
Ele nunca ficará preso mais que alguns anos. Depois sairá - não importa o crime que tenha cometido - um homem livre, sem passado.
Lembrem-se disso quando estiverem assistindo ao circo que a mídia montou ao redor da selvageria sem nome cometida contra a garota de São Paulo, Isabela Nardoni.
Talvez seja resultado do tempo em que vivemos sob a ditadura militar, com seus poderes de condenar, sem possibilidade de recurso, quem a contrariasse. Talvez seja o mesmo princípio que leva nossa sociedade a considerar o criminoso como "coitadinho", como alguém que foi "levado ao crime". A culpa não é dele, é da sociedade, é de todos nós.
E no entanto, e apesar de fecharmos os olhos, o fato é que o mal existe. É a classificação absoluta, irrecorrível, do comportamento de seres humanos transformados por minutos, dias ou anos, em bestas-feras.
De nada adianta nosso arrazoado políticamente correto quando lidamos contra o mal. O mal absoluto exige uma resposta absoluta. O mal absoluto não tem recuperação: ele pode ser combatido, trancafiado, isolado, destruído. Mas não poderá, jamais, ser convertido em nada bom.
Essa é uma lição que a humanidade já deveria ter aprendido há muito tempo, depois de hitler e stalin, depois do massacre de 323 crianças na escola da cidade Russa de Beslan.
Essa é uma lição que os brasileiros já deveriam ter aprendido há muito tempo, convivendo, como nós convivemos, com o mal debaixo de nossas janelas, em cima dos nossos morros.
O combate ao mal exige coragem. Coragem física, envolvendo coisas desagradáveis aos homens de bem: armas, violência, prisões. E coragem moral, quando é necessário dar nome aos bois, acusar, e condenar com rigor.
No Brasil temos o primeiro, mas não o segundo tipo de coragem.
Não importa que tipo de crime violento e obsceno seja cometido, o criminoso sempre será considerado "recuperável". Ele nunca ficará mais que 30 anos preso, sendo libertado, frequentemente, após cumprir pouco mais de um quinto de sua pena.
E voltando ao meio da sociedade. Ao convívio da minha família. Podendo, com seu passado apagado, trabalhar como professor primário, como atendente de creche, como médico, como advogado.
Não importa o crime, obsceno e violento, que ele tenha cometido.
Ele nunca ficará preso mais que alguns anos. Depois sairá - não importa o crime que tenha cometido - um homem livre, sem passado.
Lembrem-se disso quando estiverem assistindo ao circo que a mídia montou ao redor da selvageria sem nome cometida contra a garota de São Paulo, Isabela Nardoni.
Eu gostaria que nossos legisladores e juízes viessem à público explicar porque consideram que o autor de um crime como esse (seja quem for) pode ser "recuperado" e "reintegrado à sociedade".
30 anos, no máximo.
Quase nunca mais que 5 ou 10.
Não importa o crime.
30 anos, no máximo.
Quase nunca mais que 5 ou 10.
Não importa o crime.