Uma das frases mais comuns em inglês é "there is no free lunch", não existe almoço (ou nada) grátis. A frase, do economista Milton Friedman, significa que sempre há alguém pagando por algo que usufruímos de forma aparentemente grátis.
Assim como todas as coisas a democracia tem um preço, às vêzes bastante elevado. O preço é a (custosa) manutenção de um sistema eleitoral. Os votos são o instrumento de seleção de quem vai ter poder de decisão sobre nossas vidas.
Sinceramente me espanta, nesta época eleitoral, as reações de desgosto e nojo dos meus amigos diante dos pedidos (às vêzes patéticos, adimito) de votos pelos políticos. Queriam que eles pedissem o quê ? O voto é o instrumento de ascenção do cidadão ao poder executivo ou legislativo. É ponto central das democracias. As alternativas são os regimes de força, as ditaduras, sejam do proletariado ou dos plutocratas.
Sem voto o político não se elege. Portanto é totalmente legítimo não só que o político peça votos, mas que oriente todo o seu desempenho no cargo eletivo visando sua reeleição. Se não gostamos disso precisamos mudar nossa Constituição.
É claro que o sistema não é perfeito; ele torna o político vulnerável à corrupção (pois precisa de dinheiro para suas campanhas), força os eleitores a escolhas para as quais não estão preparados (ninguém conhece suficientemente bem os politicos em que vota) e permite a eleição de pessoas incompetentes, despreparadas e desonestas, pois não requer nenhuma prova de capacidade ou honestidade (ao contrário de um concurso público). Mas é, por enquanto, o melhor sistema que conhecemos. O sistema representativo eleitoral é como envelhecer: é uma droga, mas é melhor que todas as alternativas.
Isso não significa automaticamente a criação de uma classe política venal e incompetente. Isso só acontece quando a maioria dos candidatos é movida por interesses próprios, geralmente ilegítimos. Isso acontece quando os homens sérios e competentes estão ocupados demais para se envolver com política. Como diz outra frase famosa, quem não tem tempo para política vai ser governado por quem tem.
Estamos fundando um novo partido de cidadãos comuns. Veja nosso manifesto na causa Um Novo Partido Político - Brasil 2.0. Precisamos de 101 fundadores para protocolar uma petição no TSE; depois precisaremos de 400.000 assinaturas em nove estados.
Caríssimos, em vez de gastar seu tempo criando fazendas de mentirinha ou descobrindo tesouros virtuais no Facebook, juntem-se a nós. Chega de reclamar; juntem-se à nossa causa e tragam seus amigos. Lembrem-se disso cada vez que ligarem a televisão no horário eleitoral e virem os capadócios e oligofrênicos que são candidatos.
Vários deles serão eleitos. Pense nisso.