Vamos Reagir ?

Nenhum pobre fica rico.

O pobre vira classe média. Depois, talvez, (com sorte ou muito trabalho) ele possa ficar rico.

O que é ser classe média ? É ter condições de desfrutar a maioria das vantagens e conveniências da civilização moderna, sem exagero, ostentação ou desperdício.

É morar em uma casa decente, em um lugar razoável, ter seus filhos na escola, ter condições de cuidar da sáude e uma reserva financeira para emergências. Ter viajado pelo menos uma vez ao exterior. Ter televisão, geladeira, dvd, computador. Talvez um carro.

A classe média fornece a maioria dos trabalhadores de nível superior do país, e uma boa parte dos de nível médio. São médicos, advogados, professores, engenheiros, funcionários públicos, pequenos empresários. São carpinteiros, eletricistas, motoristas de táxi, guias de turismo, instrumentadores cirúrgicos.

Nas zonas urbanas das grandes cidades a classe média é o grupo mais instruído, educado, informado. O cidadão brasileiro de classe média, de uma forma geral, não quer ficar rico. Ele busca apenas progresso, segurança e tranquilidade, para viver e cuidar da sua família.

Mas a classe média é hoje um grupo envergonhado de existir. Criou-se no Brasil um culto à miséria, sustentado por uma visão distorcida do que é políticamente correto.

Essa indústria do "miséria é lindo" se baseia em alguns mandamentos:

1. A maioria da população brasileira é miserável
2. A principal função do governo é cuidar - ser o "pai" - dos pobres
3. A pobreza é licença e desculpa para tudo
4. Quem não é pobre, ou é ladrão ou corrupto.

Esses mandamentos explicam muita coisa. Nossas cidades são o caos que conhecemos porque, coitadinhos, deixa o pessoal dormir na calçada, construir a favelinha debaixo do viaduto, vender bala no sinal, ocupar a calçada com barracas de camelô. Eles são pobres. É melhor que roubar.

Qual o problema da carga tributária ? Pobre não paga imposto ! (paga sim, embutido em tudo o que consomem, mas quem é que sabe disso ?)

Coitada da classe média, que cometeu o pecado capital de ter acumulado algum capital e comprado seu apartamento na Tijuca ou na Barra. O que tem demais a favela em cima do morro ou ao longo do canal ? Qual o problema de um tiroteio ou dois por mês ?

Por semana ?

Por dia ?

Como é possível o grupo mais educado e bem preparado de um país, do qual sai a maioria dos seus líderes, e que é responsável pela geração da renda que sustenta as outras classes, viver acuado, ameaçado, com mêdo ?

Onde estão nossos representantes ? Existe algum político que tenha a coragem de dizer que representa a classe média brasileira ?

Vamos reagir a isso ?

Ou vamos, todos, ter que passar pelo que passaram há duas semanas os moradores do Leme, um dos bairros nobres da Zona Sul do Rio de Janeiro, encurralados entre o fogo pesado de fuzis e granadas em frente às suas janelas e a indiferença de representantes dos três poderes ?

O Que a Prefeitura Pode Fazer Pela Segurança Pública

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O Bem e o Mal

O brasileiro é maniqueísta.

O maniqueísmo é uma visão dualista radical, segundo a qual o mundo está dividido em duas forças: o Bem e o Mal, e se origina em uma religião criada pelo profeta persa Mani.

Para o brasileiro, ou o político é um santo (Getúlio Vargas, Juscelino, Lula) e nunca pode fazer nada de errado, ou é um corrupto total, um vendilhão do povo, e nada do que ele diz ou faz presta.

A realidade, claro, é que, como qualquer pessoa normal, os políticos às vezes acertam, às vezes erram. Mas o fundamental é que, em um regime democrático como o nosso, os políticos são eleitos como representantes de grupos e interesses da sociedade.

E esses intereses, legítimos ou não, são os que eles defendem.

Os grupos mais organizados são os que têm melhor representação. Os que não se interessam por política ficam esquecidos. É o caso da classe média. Todo mundo sabe que a classe média brasileira tem nojo de política.

Por isso a maioria dos políticos não defende os interesses da classe média. Por isso a maioria dos nossos representantes estaduais e municipais prefere defender as cooperativas de van, as empresas de ônibus, as milícias. Porque foram eleitos por elas.

Porque a classe média acordou no dia da eleição sem saber em quem ia votar. E por isso não conseguiu eleger nenhum representante. Voltou, então, para casa derrotada, e foi se recolher ao quarto dos fundos, e rezar diante do oratório dedicado aos santos políticos do passado.

Essa Cidade é Minha


Morro Dois Irmãos visto da praia de Ipanema.

Um Estado Grande Demais

O Estado brasileiro é grande demais. A máquina administrativa tem funcionários em excesso, e virou um fim em si mesmo. Toda a classe política se beneficia disso, por isso a mudança é muito dificil.
Os vereadores do Rio de Janeiro tem um gabinete com 20 funcionários.
Vinte !
Enquanto isso, um jovem cheio de idéias e energia enfrenta uma via crucis para abrir uma empresa. Depois fica obrigado a pagar, no mínimo, 17% de impostos sobre o seu faturamento. Depois, se desistir, vai levar no mínimo dois anos para conseguir fechar a empresa.
Mas está tudo bem, porque a maioria dos brasileiros acha que todo o empresário é safado e que o lucro é uma coisa nojenta.
Acontece que quem entrega a pizza de noite na sua casa é um empresário. Quem lhe vende remédios, comida e diversão também. Já imaginou como seria uma padaria estatal ? Você teria que chegar às 6 da manhã para pegar uma senha e conseguir um pão.
A iniciativa individual é que gera o progresso. Um taxista é um empresário, o dono de uma banca de revistas também. Eles arriscam sua segurança e seu patrimônio em um negócio, e o salário deles é o lucro. O jovem que sai da universidade e abre uma empresa de informática poderia criar, aqui no Rio, o Google de amanhã, gerar milhares de empregos, pagar inúmeros salários, revitalizar uma área da cidade.
Mas nossos jovens estão mesmo interessados em concursos públicos para fiscal, ou para uma estatal sonolenta qualquer. Por isso o Rio some devagar do mapa econômico do Brasil. Meus melhores amigos foram embora, para São Paulo ou Estados Unidos.
Eu fiquei aqui, pregando no deserto, repetindo que o rei está nu.
O Estado brasileiro é grande mais. Precisamos de menos governo. Menos ministros. Menos secretários. Menos, muito menos fiscais.
A vida é risco. Precisamos assumir os riscos de construir um país onde nossos filhos terão uma vida melhor que a nossa.
Vamos começar diminuindo o tamanho e o apetite do Estado. Agora. Já.
As eleições municipais vêm aí. Você se lembra em que vereador votou nas últimas eleições ?

Para Que Serve A Câmara

Para quem ainda não conhece a qualidade dos nossos representantes legislativos municipais, vale a pena saber mais um pouco sobre o absurdo tratamento que está sendo dado ao projeto de lei que reduz o ISS sobre as empresas de informática do Rio.

Veja no site da Alice Ramos: http://www.aliceramos.com/view.asp?materia=1388

E não esqueça: nas próximas eleições, faça com que um vereador picareta fique desempregado.

O Cabeção Gosta de Política

Porque, no Brasil, as melhores mentes estão na iniciativa privada ?

Essa foi a pergunta que fiz a um amigo de escola, hoje empresário bem-sucedido do mercado financeiro.

Em que momento do passado minha geração fez a opção de considerar o trabalho no setor público como segunda - segunda não, última - opção ?

Nos Estados Unidos é comum homens de negócio bem sucedidos, após acumularem fortunas, dedicarem suas vidas ao serviço da sociedade. No Brasil, na maioria dos casos, nossos destinos são decididos por administradores públicos despreparados.

Porquê ?

Alguns anos atrás fui a uma reunião na casa de um amigo, que se candidatava pela primeira vez a um cargo eletivo. Fui a contragosto, evidente. Brasileiro não gosta de política, política é coisa suja, coisa de bandidos.

Fiquei lá calado, observando as discussões. No meio do grupo se destacava um rapaz mal vestido, de cabeça grande, barba por fazer e despenteado. Falava muita bobagem, mas falava. Dizia besteiras, mas dizia com energia e ênfase, e acabava dominando a discussão. Eu pensei em intervir, em explicar como ele estava errado, mas deu preguiça. Você sabe, política é coisa de desocupados, de gente que não consegue emprego.

O rapaz do cabeção falava sem parar. Do seu diretório estudantil. De como conseguir votos. Do que as classes mais pobres pensam.

Aí então eu me dei conta: daqui a alguns anos o cabeção vai estar em algum cargo público, apenas pela insistência, apenas por estar em reuniões como essas.

O cabeção vai mandar na minha cidade. O cabeção vai fazer leis que vão mexer com a minha vida.

Enquanto nós, os cérebros brilhantes, educados e cultos, continuamos com nossas ocupações nobres e lucrativas, os cabeções do mundo decidem nossos impostos, nossa segurança, nossa saúde.

Pensem nisso enquanto as eleições municipais se aproximam.

Pensem nos cabeções.

Ainda dá tempo.

Quem não gosta de política está condenado a ser governado por quem gosta.

Você não gosta de política ? Que pena. O cabeção gosta.

Onde Estão Eles ?

Onde estão nossos representantes eleitos quando nossa cidade afunda na violência ?

Quantas vezes você viu ou ouviu falar de um vereador se dirigir a uma delegacia de polícia para acompanhar a apuração de um crime ?

Quantas vezes um deputado estadual exigir da polícia a eliminação das áreas controladas pelo terror do tráfico ?

Não vou nem perguntar sobre o Prefeito.

Nas ultimas semanas uma onda de assaltos violentos varreu a Fonte da Saudade, bairro tradicional da Zona Sul do Rio de Janeiro.

Nenhuma palavra na Câmara Municipal. Nenhuma palavra na Assembléia Legislativa.

Não vou falar do Prefeito.

Na semana passada o bairro do Leme virou zona sitiada pelos bandidos do Morro do Chapéu Mangueira.

Nenhum dos nossos representantes apareceu por lá. De nenhum partido.

Porquê ?