A História do Líder Que Mudou a História



Se você acha que as ações de um único homem não têm muita importância, você precisa conhecer a história da Batalha das Termópilas. Durante dois dias em 480 A.C. 300 soldados espartanos bloquearam a passagem dos 150 mil soldados persas que estavam a caminho de conquistar o mundo. Embora todos os 300 tenham caído em combate, eles conseguiram retardar a marcha dos persas e inspirar a Grécia para a vitória final.

Se não fossem aqueles 300 não haveria Sócrates, não haveria Platão nem Aristóteles; não haveria democracia e nem a civilização ocidental. Jamais subestime o poder de um grupo de homens determinados e bem liderados.

As forças gregas que bloqueavam Termópilas contavam inicialmente com 7 mil homens sob o comando de Leônidas, o rei-guerreiro de Esparta. Conta Heródoto em As Histórias:
Xerxes esperou quatro dias inteiros que os gregos fugissem. Mas quando, no quinto dia, eles ainda não tinham ido embora e estavam, ao contrário, mantendo suas posições no que parecia ser uma exibição de imprudência desmedida, ele perdeu a paciência e ordenou o ataque
Os guerreiros liderados por Leônidas repeliram onda após onda de soldados persas, incluindo os Imortais, um grupo de forças especiais consideradas invencíveis. Os corpos dos persas se amontoaram nos dois primeiros dias de batalha.

No terceiro dia um morador local, cujo nome viverá para sempre na infâmia - Ephialtes – mostrou aos persas um caminho que levava até a retaguarda dos gregos. Ao perceber o ocorrido Leônidas ordenou a retirada da maior parte de suas tropas e ficou com seus 300 homens para enfrentar todo o poder do exército inimigo.

Quem era Leônidas ? Terceiro filho do rei Anaxandridas de Esparta, Leônidas não estava destinado a suceder seu pai, o que só aconteceu porque seu meio-irmão Cleomenes morreu sem deixar herdeiro. Sem a expectativa de um trono, Leônidas teve a mesma educação que os outros jovens no Agoge, o rigoroso regime obrigatório de educação e treinamento imposto a todos os cidadãos espartanos.

Leônidas era o líder da aliança de cidades gregas que lutavam contra as tropas invasoras de Xerxes I, imperador da Pérsia. A estratégia grega era bloquear o avanço dos persas por terra, no desfiladeiro das Termópilas ("os portões quentes"), e no mar, no estreito de Artemisium.

Ao receber a notícia da queda de Leônidas nas Termópilas os navios gregos se retiraram de Artemisium para Salamis, onde atacaram e venceram os persas. Xerxes evacuou a maioria de suas forças de volta à Ásia, e no ano seguinte foi derrotado definitivamente na batalha de Platea.

As consequências foram imensas. "Começou uma era de crescimento e prosperidade", diz Donald Kagan em Sobre as Origens da Guerra:
A jovem democracia Ateniense amadureceu, trazendo direitos políticos, oportunidades e poder até as classes mais baixas de cidadãos, e sua nova constituição se espalhou, enraizando-se em outras cidades gregas. Foi um período de conquistas culturais extraordinárias, sem paralelo em originalidade e fertilidade em toda a história da humanidade
O impacto da decisão de Leônidas de ficar e lutar foi descrito por Paul Davis em 100 Batalhas Decisivas:
Se os persas tivessem vencido, provavelmente teriam espalhado seu império pela Europa. Navios persas carregados de soldados, cruzando Mediterrâneo, poderiam ter sufocado o poder nascente de Roma
Um monumento em honra de Leônidas foi construído nas Termópilas em 1955. É um monumento à coragem e à honra, e uma lembrança de como a liderança de um único homem pode transformar o mundo.

Uma placa, debaixo da estátua do rei-guerreiro, tem uma inscrição curta e simples:
ΜΟΛΩΝ ΛΑΒΕ
Essa foi resposta dada pelos espartanos quando os persas ordenaram que eles entregassem suas armas:
VENHA E PEGUE

Oração de Esperança

Avisa lá que eu não vou a lugar algum. Não estou de mudança pra Miami, não estou indo pra Europa, não estou tirando visto pro Canadá.
Eu estou aqui, no meio do Brasil, pro que der e vier.
Avisa que não estou tirando cidadania portuguesa, nem espanhola, nem alemã, nem australiana. O que eu quero é a cidadania brasileira. Estou tentando consegui-la há muito tempo. Virou uma obsessão, um objetivo de vida. Não sei se consigo pra mim, mas não abro mão dela para os meus filhos.
Eles serão cidadãos de uma nação chamada Brasil. Foi uma promessa que fiz.
Avisa lá que cansamos de ter medo. Que nada vai nos intimidar e nem nos distrair. Que fizemos nosso dever de casa, e conhecemos nossos direitos e deveres.
Principalmente nossos deveres.
Avisa que eu não vou fechar a minha empresa, não vou vender tudo e comprar dólar, não vou abrir uma ONG de fachada nem aprovar projeto com a Lei Rouanet. 
Avisa que minha opinião não aceita patrocínio da Caixa nem da Petrobrás.
Avisa que não vai mais funcionar usar os miseráveis como massa de manobra, porque eles já sabem a origem da miséria que os aflige. 
Avisa que a consciência está se espalhando, que a paciência está acabando, e que por aqui ninguém vai esquecer a diferença entre o certo e o errado.
Nunca.
Avisa que junto conosco há uma multidão, e que está chegando a nossa hora.
Avisa que não estamos de partida. Estamos, finalmente, chegando.

Porque alguns países são ricos e outros são pobres?



Porque alguns países são ricos e outros são pobres? A resposta é simples: porque alguns países têm instituições melhores.

O que são instituições? São as regras do jogo em uma sociedade, diz Douglas North em Instituições, Mudança Institucional e Desempenho Econômico. "São as restrições criadas pelo homem que modelam as interações entre os indivíduos".

As instituições são aquilo que nos faz parar no sinal vermelho, não jogar lixo na rua e evitar comportamentos criminosos e ofensivos à sociedade. São as instituições que nos incentivam - ou não - a abrir uma empresa, investir em ações, educar nossos filhos.

Como explicam Daron Acemoglu e James Robinson em Porque as Nações Fracassam: "Os países têm condições diferentes de desenvolvimento econômico porque suas instituições são diferentes, e essas instituições influenciam o funcionamento da economia e os incentivos que motivam as pessoas".

Douglas North diz que a partir do momento em que a evolução de uma sociedade toma determinada direção, a tendência é que continue nessa mesma direção. “Os retornos crescentes gerados por um conjunto inicial de instituições que desestimula atividades produtivas cria organizações e grupos de interesse investidos nas restrições existentes".

Dito de outra forma: é muito mais rentável para um empresário tomar um avião para ir a Brasília fazer lobby do que investir no aumento de produtividade de sua empresa. Pode ser mais rentável - muito mais - abrir um sindicato, uma ONG ou uma associação de classe e começar a coletar contribuições obrigatórias dos filiados ou verbas do governo, do que abrir uma fábrica. A consequência é o que constatamos todos os dias: um Estado e uma política voltados para atender aos interesses dos sindicatos, dos grandes grupos econômicos associados ao Estado e das entidades de classe.

O resultado é uma economia cujo negócio principal é criar entraves às atividades produtivas, e vender soluções para esses entraves. Pense nas inúmeras contribuições, taxas, permissões, inspeções, alvarás e autenticações que se interpõem entre um empreendedor brasileiro e o seu negócio.

O Estado é dominado pelos interesses de um pequeno grupo que reforça as instituições extrativas ao longo do tempo, retirando riqueza da sociedade e concentrando-a nas mãos de poucos. Esse é um processo que independe de ideologia ou da motivação política original dos agentes. Ele explica porque, independente da cor da sua bandeira ou de suas propostas ideológicas, o comportamento dos partidos políticos ao chegar ao poder na América Latina é mais ou menos o mesmo (com exceção daqueles casos que se revelam tragédias absolutas, como a Venezuela).

É o que o sociólogo alemão Robert Michels chamou de Lei de Ferro da Oligarquia: as revoluções e movimentos radicais acabam tendo como única consequência a troca de uma forma de tirania por outra.

Porque a diferença tão grande entre as instituições políticas dos países Latino-Americanos e as instituições dos países da América do Norte? Como relatam Douglas North e outros autores, os caminhos da evolução da América do Norte e da America Latina foram diferentes desde o início, pois elas herdaram diferentes instituições e modelos mentais dos países colonizadores.

A Revolução Gloriosa de 1688 transformou a política e a economia da Inglaterra, limitando o poder do Rei e transferindo para o Parlamento a capacidade de determinar as instituições econômicas. A Revolução Gloriosa criou a fundação sobre a qual foram construídas as bases de uma sociedade pluralista. O Governo passou a adotar um conjunto de instituições econômicas que incentivavam investimentos, comércio e inovação. A população conquistou importantes direitos políticos e expandiram-se as oportunidades econômicas para todos.

Já a política da Espanha consistia de uma enorme burocracia centralizada “encarregada de uma quantidade sempre crescente de leis e decretos, que ao mesmo tempo legitimizavam a máquina administrativa e determinavam sua direção”. As colônias espanholas na América Latina herdaram do Império Espanhol uma administração burocrática encarregada do controle de cada detalhe da política e da economia. A persistência dos padrões institucionais impostos por Espanha e Portugal continuou a desempenhar um papel fundamental da evolução da política e da mentalidade da América Latina.
O baixo desempenho econômico e social do Brasil é resultado das restrições e incentivos, formais e informais, embutidos nas instituições herdadas da Espanha via Portugal.

Então, da próxima vez que alguém perguntar por que alguns países são ricos e desenvolvidos enquanto outros são pobres, responda citando Douglas North: “os países do terceiro mundo são pobres porque suas instituições recompensam atividades políticas e econômicas improdutivas".

O Brasil é um país pobre, violento, perigoso, sujo e ineficiente porque nossas instituições (nossos hábitos e costumes, nossas leis, nosso burocratas, nossos mecanismos de recompensa e punição e nossas tradições culturais) encorajam atividades que nada produzem, facilitam a prática de crimes, incentivam a proliferação de leis e regras inúteis e fazem da burocracia e da corrupção as maiores indústrias nacionais.