A Busca da Felicidade

Não há nenhuma atitude possível diante do futuro do Brasil que não seja a combinação de um otimismo cauteloso com um ativismo comprometido.

Não estou falando daquele otimismo da infância escolar, quando nos informam que somos ricos em minérios e recursos naturais, e nos damos conta que aqui não há vulcões, terremotos, furacões, e que nossos invernos são quase inexistentes. Falo do otimismo que vem da constatação de que em diversas áreas da vida econômica e científica moderna brasileiros desempenham tão bem quanto qualquer outra nacionalidade.

Construímos empresas de classe mundial, nossos bancos, empresas de telecomunicação e mineradoras são tão boas ou melhores que as outras. Compramos as maiores cervejarias do mundo. Conseguimos fazer bem quase tudo, agora só falta aplicar a mesma energia e talento na construção de um país moderno, civilizado e que nos deixe sonhar com uma vida melhor para os nossos filhos.

Os últimos vinte anos foram uma revolução que muita gente ainda não entendeu. Meus melhores amigos moram (ou já moraram) no exterior. Uma enorme quantidade de brasileiros está lá fora, tomando decisões importantes, gerando riqueza, acumulando experiência sobre como funciona uma nação moderna. Ele voltarão um dia.

E mesmo aqui, estão se formando gerações com acesso à informação e conhecimento nunca antes disponível, graças à internet. Essa geração olha em volta e começa a perguntar porque o pais é governado por pessoas despreparadas para a realidade moderna. Porque o dia-a-dia do brasileiro tem que ser marcado pelo crime, pela burocracia, pela precariedade dos serviços públicos, quando somos tão bons e competentes para fazer negócios.

Aí entra o ativismo comprometido. Está na hora de arregaçar as mangas e dizer NÃO, mas um não diferente, um não que traz debaixo do braço tanto alternativas quanto energia e recursos para desenvolve-las. Os brasileiros têm, hoje, meios para organizar-se e tomar o controle do seu destino como nunca existiram na história desse país (ou da humanidade).

Para que possamos ter direito, como diz a declaração da independência de uma nação onde eu vivi, a "vida, liberdade, e busca da felicidade".

Para que não precisemos mais andar por nossas ruas com mêdo. E para que meus amigos do exterior possam, enfim, voltar.