Privação da liberdade é uma das punições mais justas e eficientes para criminosos. Ela impede o criminoso de cometer novos crimes, livra a sociedade da sua presença, desestimula futuros infratores e pune o criminoso pelo que ele fez. Essa penalidade - um retorno ao criminoso de uma parte do mal que ele provocou - mostra que a sociedade valoriza nossas vidas, nossa paz e nossa propriedade.
Prisão não é um lugar agradável. Ficar em um lugar desagradável, privado da liberdade, é a essência da punição que a justiça reserva para os criminosos.
A sociedade brasileira não aceita a prisão de poderosos, ricos, famosos ou de membros de clãs tradicionais. A estrutura jurídica do país foi sendo montada para garantir virtual imunidade aos membros destes grupos. Surgiram inúmeras jabuticabas jurídicas, como o foro privilegiado, a prisão especial para quem tem curso superior, e até a famigerada Lei Fleury, que permitia aos réus primários (e todo o réu é primário uma vez) responder ao julgamento em liberdade, inclusive se fossem condenados em primeira instância.
A repulsa da prisão como punição chegou à classe média, e se tornou a filosofia dominante em nossas escolas de direito. Gerações de promotores, juízes e ministros foram educados com a repetição de que "prisão não resolve". Criou-se o fetiche da "ressocialização", um processo mágico pelo qual todo e qualquer criminoso pode ser transformado em um cidadão ideal. Depois de alteradas as mentes dos operadores jurídicos, alterou-se o Código Penal e o Código de Processo Penal.
A mera sugestão de que um criminoso violento e depravado deva ficar muito tempo - ou até a vida inteira - na cadeia é imediatamente tachada de "reacionária" e "fascista".
O resultado é uma sociedade que não quer punir, não sabe punir e não pode punir criminosos.
É fantasia achar que se constrói um país civilizado sem cadeias.
O que existe é a escolha de quem ficará atrás das grades.
Os criminosos.
Ou todos nós.
(neste áudio você pode escutar pobres vítimas da sociedade comemorando o abate do helicóptero da PM e o assassinato de 4 policiais)