Rolezinho, Rolezão: O Retrato de Um Pais Com Tempo a Perder

O Governo acaba de anunciar a criação do Bolsa Shopping. Não, sério. No rol dos direitos sagrados dos brasileiros acaba de ser incluído o direito a fazer baderna no shopping. É sério.

“Temos que fazer uma aproximação progressiva e com humildade para tentar entendê-los e manter um diálogo para que conquistem aquilo que desejam”, declarou o Ministro da Secretaria Geral da Presidência, a respeito dos rolezeiros.

O deputado Augusto Rei do Partido Socialista Social vai propor uma PEC garantindo a todo o brasileiro o direito a frequentar o shopping em companhia dos seus oito mil amigos mais queridos. “Essa é uma forma de expressão muito cara ao nosso povo”, afirmou o deputado, que também incluirá na sua proposta o estabelecimento de cotas para garantir “representatividade” entre os frequentadores dos centros comerciais.

“A reação aos rolezinhos tem uma dimensão preconceituosa”, disse o Advogado Geral da União. “As pessoas associam aquela correria nos shoppings com os arrastões na praia”.

A antrópologa e socióloga Julia McDonald lembrou que o brasileiro tem preconceito histórico contra os baderneiros, o que, a seu ver, é explicado pela "dialética da luta de classes em um contexto de sujeição histórica”. De acordo com a visão moderna e democrática, ainda segundo Júlia, não existem baderneiros nem criminosos e sim “indivíduos em risco social”. 

A CUT publicou texto na internet defendendo os rolezinhos. O Secretário de Juventude da entidade diz que “a reação de conservadores representa o medo das elites de ter seu espaço ameaçado pelos excluídos”.

Excluídos ocupando o espaço das elites. Só que não.
Está sendo formada no Congresso uma Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar denúncias de que olhares amedrontados de pais de família estariam incomodando os adolescentes baderneiros nos shoppings. “É bullying” afirma o representante do Coletivo Anônimo do Shopping Livre, que pleiteia o acesso “livre, geral, irrestrito e gratuito” a todas as lojas de grife. 

Nesta segunda dia 20 de janeiro, a Associação Brasileira de Lojistas de Shopping (cujos associados faturaram mais de R$ 114 bilhões em 2012) solicitou reunião com a Presidente do Brasil (oitava economia do mundo) para pedir ajuda para que os rolezinhos não sejam mais realizados nos centros comerciais do país.

Na Câmera de Vereadores de São Paulo entrou em discussão projeto que aumenta o IPTU de todos os shopping centers que não apresentarem documentação comprobatória de realização de pelo menos oito (8) rolezinhos por mês contendo, cada um, um mínimo de cinco (5) mil adolescentes. O projeto estenderá a mesma obrigação para hospitais, aeroportos e churrascarias rodízio.

Não. Sério.


(Esse artigo contém uma mistura de fatos verídicos e ficção, em diferentes parágrafos. Tente adivinhar o que é verdade e o que é invenção. Quem cometer mais de 2 erros ganha uma passagem pra Venezuela. Veja a resposta lá embaixo)





Parágrafos verdadeiros: 
(2), (4), (6) Jornal O Globo, 19 de Janeiro de 2014, e (8) site G1, 20 de Janeiro de 2014.