É o bueiro que explode e pega fogo. É a marquise que cai em cima dos passantes, é o prédio que cai em cima das pessoas. É o motorista do ônibus que acelera quando estamos embarcando, é o motorista de táxi que dá o golpe do "você me deu uma nota de cinco reais" quando acabamos de pagar com uma nota de cinquenta.
Acordo no domingo e me deparo com uma cena de tregédia em frente de casa. Um motorista bêbado bate em alta velocidade atrás do caminhão de mudanças, decepa um braço e uma perna de um dos ajudantes que acaba morrendo, manda o outro para o hospital em estado grave. Estava bêbado, claro. Tão banal que nem deu notícia.
São os dois malandros, na porta da minha casa: um se abaixa e suja de graxa o sapato de idosos, o outro, mais à frente, aponta o sapato sujo, limpa e cobra 100 reais.
Basta morar algum tempo fora do país para perceber a carga pesada que aqui carregamos sem perceber. Estamos sempre de sobreaviso, sobressaltados.
É malandro demais para pouco otário.