O Parque Garota de Ipanema e os Mendigos: Passividade Como Estratégia de Ação Social


Em moro em frente ao Parque Garota de Ipanema, um dos locais mais lindos do Rio. A qualquer hora é possível esbarrar em mendigos bêbados, fumando crack, defecando e fazendo sexo ao lado das áreas onde brincam crianças. Me dizem que retirá-los dali, ou impedi-los de fazer essas coisas, é "solução simplista".

Como diz Thomas Sowell, boa parte das soluções são simples mesmo. "Simplista" é o termo usado pelos "intelectuais" para nos desmerecer quando apontamos o óbvio: minha filha de sete anos não pode passar ao lado de mendigos fumando crack, defecando ou fazendo sexo no parque que ela frequenta. É óbvio que esses mendigos têm que ser retirados de lá. Ou então faz assim: o município me isenta de IPTU (como acontece com 60% dos imóveis da cidade) e disponibiliza segurança armada para a minha família.

Eu não tenho culpa alguma daquelas pessoas estarem se drogando em via pública. Pelo contrário: trabalhei minha vida inteira para que meu país seja próspero para todos, e luto contra tudo que gera pobreza e depedência. Mas o discurso politicamente correto acabou com os mendigos. Agora são apenas "pessoas em situação de rua". Achar que eles têm o direito de transbordar a sujeira e a degradação de suas vidas para a minha vida é inverter a lógica da civilização, e virar a moral de cabeça para baixo.

Achar que alguém têm o direito de morar, defecar e se drogar em um parque público é perseguir o que Thomas Sowell chama de Justiça Cósmica: é achar que enquanto existirem mendigos no mundo (e sempre existirão, pois a vida é cruel, imprevisível e dura) somos todos culpados por isso, e devemos aceitar as consequências com passividade e contrição. Essas consequências eventualmente incluem facadas, estupros e assassinatos. Ou a mendiga que ameaçava passantes com uma agulha de seringa que dizia estar infectada por AIDS, e que furou o braço de uma amiga.

Não vai rolar. Praças são lugares onde cidadãos, trabalhadores cansados, querem exercer sua liberdade de ir e vir e ter algum retorno pelos impostos obscenos que pagamos. Disso não abriremos mão.

Pessoas moram em casas, e não em ruas.

Para quem está com pena dos mendigos, e quer transformar essa súbita piedade em "legislação social" que afronta os direitos da minha família e da minha comunidade, eu tenho uma ideia melhor: leve-os para a sua casa, ou transfiram eles para aquele país imaginário criado por nossos legisladores, no qual basta escrever uma lei tola e direitos, felicidade e prosperidade brotam do ar, sem que seja necessário estudo, trabalho e sacrifício.

No país da realidade isso não vai rolar.