A CPMF e a poltrona de R$ 2.600,00 do STJ

Muitas vezes a realidade é bem mais complexa do que imaginamos. Muitas vezes, da mesma forma, ela é mais simples.

A CPMF é um imposto. Impostos servem para que o Governo arrecade fundos para pagar suas despesas e realizar seus investimentos.

Como qualquer entidade ou organização, o Governo precisa administrar suas receitas e despesas. O faz muito mal. É notória a ineficiência de governos em administrar, em qualquer lugar do mundo. O Brasil não é exceção.

Qualquer cidadão que ande por nossas estradas, use nossos hospitais, cruze com um carro de polícia ou tenha filhos em uma escola pública sabe do que estou falando.

Enquanto isso funcionários públicos graduados e representantes eleitos desfrutam de benefícios injustificados, pagos com o dinheiro dos impostos.

Como, apenas para citar exemplo tirado do site da ONG Contas Abertas, a compra realizada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), de três veículos de representação por R$ 435 mil.

Cada carro saiu por R$ 145 mil.

Porque os Juízes do STF precisam ter carros fornecidos pelo Estado ?

Vamos assumir que precisam - que os veículos são usados em missões de trabalho, e não no deslocamento de casa para o trabalho (para o qual deveriam, como qualquer cidadão brasileiro, usar seus próprios veículos ou o transporte público). Então, porque um carro de R$ 145 mil ?

Porque não um Corsa ? Porque não o carro mais barato possível ? É ou não é o dinheiro público que está em jogo, o dinheiro dos impostos ?

STJ também gastou mais de R$ 100 mil com a aquisição de 42 poltronas giratórias. Os móveis vão atender a seção de controle de patrimônio da entidade. Cada uma custou o equivalente a R$ 2,6 mil.

Por isso convido a todos os cidadãos brasileiros a se sentar em posição de lótus, fechar os olhos, ignorar a cantilena dos nossos políticos profissionais, e repetir este mantra:

É preciso reduzir os impostos.

É preciso reduzir os impostos.

É preciso reduzir os impostos.

Nota de rodapé: todos os senadores do Rio de Janeiro votaram a favor da manutenção da CPMF. São Marcelo Crivela, Francisco Dornelles e Paulo Duque.