São sete e meia da noite de uma quinta feira de agosto de 2008, no Rio de Janeiro.
Eu brinco com meu filho no chão. Pela minha janela entra uma brisa de inverno. E o ruído de tiros. De fuzil.
Os tiros vêm de um morro, a menos de um quilômetro de minha casa. No morro existem duas favelas. Há pelo menos cinco favelas em Copacabana, onde eu moro. Em todas há indivíduos armados com fuzis , armas de guerra. Todos os moradores de Copacabana estão dentro do seu raio de alcance.
Os tiroteios são rotineiros. Muita gente já se acostumou com o barulho dos tiros, e com as explosões de fogos anunciando a chegada de drogas, que acontecem nas horas mais imprevistas, às oito da noite ou três da manhã.
Os fogos acordam meu filho. Os tiros não me deixam dormir.
Eu não me acostumo. Não posso achar normal. Aqui é Copacabana, Ipanema é logo ali. Se isso acontece aqui – na vitrine do Brasil – o que acontece no resto da cidade, no resto do país ?
Cansei de reclamar. Morei muito tempo fora, em um país onde os cidadãos se mobilizam para fazer valer seus direitos. Resolvi fazer o mesmo por aqui. Me envolvi com um grupo que luta por segurança na cidade. Criei um blog (seispormeiaduzia.blogspot.com). Iniciei um movimento contra o crime (www.rigorcontraocrime.com.br). Ajudei a criar um espaço seguro para crianças na praia de Ipanema (o Ipanema Baby, em frente à Joaquim Nabuco). Me juntei a outros moradores na luta contra a ida da Help para o prédio do Bingo Arpoador, pela melhoria das praças N.Sra. da Paz e Garota de Ipanema, contra os camelôs que loteiam a Visconde de Pirajá. Pelo fim dos assaltos que nos esperam em cada sinal. Para que os ônibus deixem de ser carroças montadas em chassis de caminhão, dirigidas em alta velocidade.
Quem me conhece, sabe o que eu penso: que somos, em grande parte, responsáveis por tudo isso. Em primeiro lugar, pela nossa indiferença. Em segundo, por escolher administradores públicos incapazes (na melhor das hipóteses). Mas sempre podemos mudar. Teremos eleições em Outubro.
Eu vou votar em Alexandre Arraes, que é candidato a vereador (45010), e vê o Rio da mesma forma que eu vejo. Arraes é médico e administrador, morador do Humaitá, não é ligado a nenhum grupo político, e faz uma campanha modesta. Meu compromisso com ele transcende a campanha: se ele for eleito, vou trabalhar com ele, articulando a reação dos cidadãos de bem do Rio de Janeiro contra o crime e o caos. Para que a geração dos nossos filhos receba uma cidade melhor.
Arraes defende a (re)organização da cidade, e prova que existem recursos e instrumentos para isso. Para saber mais sobre ele, clique em http://www.arraes45010.can.br/
Um voto a cada quatro anos não resolve tudo. É preciso mobilização permanente.
Mas ignorar a política é pior. Quem não gosta de política acaba governado por quem gosta.