O Condomínio II

Embora muito progresso tenha sido feito nessa área nos últimos anos, no Brasil a máquina estatal é inchada, enorme. O estado se mete em várias áreas em que sua presença não é necessária, e falha na maioria das áreas mais importantes sob sua responsabilidade – como saúde, educação e segurança. Com isso os gastos na manutenção da máquina estatal aumentam cada vez mais, exigindo uma carga cada vez maior de impostos.

E, no meio disso tudo, o brasileiro mantém a ilusão de que o estado é a solução dos seus problemas. “O governo deveria fazer isso, o governo deveria fazer aquilo”. Mas quando foi a última vez que você, ao precisar utilizar um serviço público (por exemplo, um hospital, uma delegacia, uma repartição municipal ou estadual) foi atendido com cortesia, rapidez e eficiência ?

Quando foi a última vez que você foi tratado com respeito, o respeito que lhe é devido pelo simples fato de que você, pagando seus impostos, paga o salário daquele funcionário do outro lado do balcão ?

Se você está com dificuldade de responder essa pergunta, você não está sozinho.

Enquanto isso, o governo continua contratando, a máquina continua inchando, e a energia e ambição dos nossos jovens – que deveria ser aproveitada para a criação de coisas novas, desenvolvimento de novos remédios, novas fontes de energia, novos softwares, para projetos ambiciosos de tecnologia que coloquem nosso país no mesmo patamar de países como a Coréia, a Índia, a China, o Chile, que se reinventaram e estão melhorando as condições de vida dos seus povos – essa energia é canalizada para passar em um concurso público e conseguir um “emprego estável”, e, já no dia seguinte, entrar em greve reivindicando a equiparação salarial com a categoria tal e tal.

Enquanto isso o mundo progride e nós vamos ficando.

Entre 1975 e 2002 a Coréia do Sul subiu da 61ª posição na lista dos maiores PIBs per capita do mundo para a 30ª posição. No mesmo período o Brasil desceu do 43º para o 56º lugar.

No Brasil, todo mundo quer ser funcionário público. Isso é mais ou menos como um prédio onde todos os moradores querem ser empregados do condomínio.