O Exemplo Vem de Baixo

Depois de sair do seu trabalho em uma loja de departamentos no centro da cidade de Montgomery, no estado do Alabama, Rosa Parks caminhou até a Cleveland Avenue e tomou o ônibus para casa. Eram seis da tarde de uma quinta-feira, 1 de Dezembro de 1955.

Depois de pagar a passagem, ela sentou-se em um dos assentos vazios na área reservada para negros. O lugar que ela escolheu ficava na primeira fila da área segregada, e imediatamente à frente começavam os assentos exclusivos para passageiros brancos. À medida que o ônibus percorria seu trajeto, todos os lugares para brancos iam sendo ocupados. Quando o ônibus parou em frente ao Teatro Império e vários passageiros brancos embarcaram, não havia mais lugares disponíveis na seção reservada para brancos.

Em 1900 a cidade de Montgomery tinha aprovado uma lei municipal segregando os passageiros pela cor. Os motoristas receberam poderes para garantir o cumprimento da lei. Portanto, ao notar os passageiros brancos viajando em pé, o motorista parou o ônibus e se dirigiu à fileira de assentos onde Rosa estava sentada, exigindo que ela e as outras três pessoas na fileira se levantassem, cedendo seus assentos aos passageiros brancos.

Muitos anos depois, lembrando dos acontecimentos daquele dia, Rosa disse: “quando o motorista branco veio em nossa direção e fez um gesto com as mãos para que saíssemos dos nossos lugares, eu senti uma determinação cobrir meu corpo como se fosse uma manta em uma noite de inverno.”

Três pessoas cederam seus assentos. Rosa se mexeu, mas apenas para ocupar o lugar na janela. “Porque você não está se levantando ?”, perguntou o motorista.

“Eu não acho que deva levantar”, ela respondeu.

O motorista chamou a polícia, que prendeu Rosa Parks.

A atitude de Rosa marcou o início da luta pelos direitos dos negros nos Estados Unidos. Ela é considerada por muitos como a mãe do movimento moderno pelos direitos civis.