Com o fim do voto obrigatório acabarão os currais eleitorais, e será o fim das dinastias e dos coronéis.
Uma comissão do Senado que estudou o assunto assim se pronunciou:
“Vivemos, na verdade, uma ficção: estamos nos enganando, pensando que o voto tem que ser obrigatório. A obrigação do cidadão é ser eleitor - ter o título eleitoral; entretanto, o ato de votar é um direito de cidadania que a pessoa exerce. Os países nos quais existe o voto obrigatório são aqueles onde mais freqüentemente as constituições foram rasgadas e entramos na escuridão do arbítrio.
Seria hipocrisia afirmar que no modelo atual - da obrigatoriedade do voto - não ocorre, em larga escala, a deplorável "negociação" do voto. O que facilitaria mais a troca do voto por pequenos favores, o fato de o eleitor ter obrigatoriamente que comparecer às urnas, sob uma pseudo-pena , ou, ao contrário, o fato de o eleitor só comparecer à seção eleitoral movido pela sua consciência?
Parece-nos que o voto obrigatório é indutor dessa "negociação". O que o eleitor que não tem consciência da importância do seu voto provavelmente pensa é: "se eu tenho que comparecer, que eu tire algum proveito imediato"! Corrobora essa afirmação o fato de que pesquisas demonstram que mais de 80% dos eleitores não se lembram do nome do deputado federal em que votou no último pleito”