Houve uma época em que se alimentou a ilusão de que existiam dois sistemas políticos diferentes, e até opostos: esquerda e direita, nos seus extremos representados pelo Comunismo e pelo Fascismo.
Essa ilusão foi destruída pelos fatos do século XX, que mostraram que os dois são irmãos siameses, ligados pelas costelas. São sistemas políticos cujo único objetivo é a dominação da maioria por uma minoria, usando, conforme a conveniência, propaganda ideológica ou força bruta.
Isso tem nome: autoritarismo, tirania, ditadura.
As únicas grandes diferenças entre os dois sistemas são a nomenclatura - ditadura do proletariado versus os Dulces, Fuhrers e Pinochets - e o fato da esquerda ter um romantismo e um charme que faltam à direita.
Tudo o mais é bobagem. Qualquer regime que oprima o homem e afete sua liberdade está fadado ao fracasso. A motivação básica da humanidade é o progresso, motivado pelo esforço individual. O regime que (embora cheio de falhas e erros) consegue chegar mais perto de atender esse anseio é o da democracia ocidental capitalista. Isso não é preconceito, nem ideologia: é fato.
Está na hora de dar nome aos bois. Tortura é tortura, seja em Abu Ghraib ou em um Gulag. O idiota direitista só vê as prisões de Fidel, o idiota esquerdista só vê Guantánamo. Ambos são burros, cegos voluntários, massa de manobra. O mundo não se enquadra em uma ideologia.
Que ainda existam homens sérios e inteligentes que se associem a essas ilusões não é apenas surpreendente: é decepcionante, especialmente porque a maioria se encontra, como sempre na America Latina.
No lugar de pensar o futuro, com mente aberta e coragem, regurgitamos permanentemente o passado. Bolívar, Perón, Vargas, Guevara, esses são os ícones que nos guiam.
Enquanto isso outros países preferem Einstein, Churchill e Gordon Moore.
Mas quase ninguém no Brasil ou na America Latina sabe que é Gordon Moore.
Pois é.