A maioria dos cidadãos do Rio de Janeiro se divide em dois grupos, em relação à questão das drogas.
Um grupo acha que os usuários de drogas são diretamente responsáveis pela grave criminalidade, pois financiam os traficantes com seu consumo. Essa responsabilidade é agravada pelo fato de que, comprovadamente, a maioria dos usuários não é composta de viciados, mas de consumidores casuais, que utilizam a droga como um elemento de relaxamento e prazer.
O segundo grupo credita a criminalidade, principalmente, a um estado de falência severa das instituições de combate ao crime (o que inclui as forças policiais, o legislativo e as leis própriamente ditas). Segundo essa corrente, drogas existem e estão disponíveis em todas as cidades do mundo (como Miami, Paris e Berlin), mas em nenhuma delas se observa o fenômeno de dominação de territórios inteiros por traficantes fortemente armados.
Talvez a realidade seja uma combinação das duas visões.
Embora exista uma lista imensa de providências a serem tomadas imediatamente em relação ao nosso aparato jurídico/policial (veja aqui, aqui e aqui), ninguém hoje, no Rio de Janeiro, pode acender um cigarro de maconha sem ter consciência da engrenagem que está colocando em marcha.